A formação de pátinas coloridas em objetos de prata, como moedas e barras, pode ocorrer naturalmente ao longo do tempo, mas também pode ser induzida artificialmente por meio de métodos eletroquímicos. Um vídeo recente ilustra com clareza esse processo controlado de tonificação — também conhecido como “tarnish”.
O procedimento baseia-se em uma reação eletroquímica que ocorre quando um objeto de prata é submetido a uma corrente elétrica, funcionando como ânodo (polo positivo) em um circuito alimentado por uma bateria. A solução eletrolítica utilizada pode ser composta de hidróxido de sódio (NaOH) ou de uma mistura de polissulfeto de sódio, obtida pela combinação de enxofre, água e hidróxido de sódio.
Quando a corrente elétrica é aplicada por um curto intervalo de tempo, inicia-se a formação de uma película finíssima sobre a superfície da prata. Dependendo da composição da solução e das condições do experimento, essa camada pode ser de sulfeto de prata (Ag₂S) ou de óxidos de prata. A espessura dessa película é o fator determinante para o fenômeno óptico conhecido como interferência de película fina, que resulta em tons iridescentes de grande beleza e complexidade. A variação nas cores observadas depende diretamente da espessura da camada formada, bem como de parâmetros como a tensão elétrica aplicada, o tempo de exposição e a geometria do circuito — especialmente a posição relativa entre os eletrodos.
Embora o vídeo tenha como objetivo principal divulgar a ciência por trás da tonificação eletroquímica, ele também ressalta aspectos importantes de segurança no manuseio dos reagentes utilizados, além de abordar as implicações éticas e práticas desse procedimento. Entre colecionadores, por exemplo, a tonificação artificial é geralmente mal vista, sendo considerada uma forma de adulteração que pode comprometer o valor histórico e monetário de peças antigas.
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Texto e legenda escritos por Prof. Dr. Luís Roberto Brudna Holzle – luisholzle@unipampa.edu.br. Química (Licenciatura) – Universidade Federal do Pampa.