Automumificação! O que é isso?! São procedimentos e comportamentos nos quais a própria pessoa prepararia o seu corpo em vida para se tornar uma múmia após a morte.
Como o arsênio entra nesta história? O arsênio é um elemento químico que costuma formar diversas substâncias tóxicas, e em humanos não tem importância biológica evidente – apesar de aparentemente ter alguma utilidade em metabolismo de aves e alguns mamíferos. Acima de uma certa quantidade o arsênio começa a ser tóxico até mesmo para os micro(organismos) que participam do processo de decomposição do corpo após a morte. Então um organismo repleto de arsênio tem uma maior chance de gerar uma múmia.
Arqueólogos atribuem ao arsênio a eficiência de mumificação em múmias de Chinchorro, no Chile; na Catacumba dos Capuchinhos de Palermo, Itália; e nas práticas de automumificação no Japão.
No vídeo abaixo Evan Hadfield, do canal Rare Earth, visitou o Japão e conta um pouco mais sobre este curioso ritual e suas raízes históricas. Ressaltando que em um dos casos o praticante viveu por meses em uma dieta restrita de sementes e pequenos frutos, para aos poucos emagrecer até o limite; então passando a comer cascas e caruma (agulha de pinheiro). E mesmo com toda dedicação ele falhou em tornar-se múmia. Os seguidores da técnica adicionaram então passos ainda mais extremos, como beber a água de um lago contaminado com arsênio e um chá com laca ou verniz!
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Texto escrito por luisholzle@unipampa.edu.br. Química (Licenciatura) – Universidade Federal do Pampa.